sexta-feira, 23 de maio de 2008

Eram 16h45m quando eu cheguei ao edifício pronta para a entrevista que ia ter às 17h. Levava uns sapatos altos pretos, umas calças cinzentas e uma blusa preta, ia muito elegante, mas queixava-me que me tinha esquecido do casaco e por isso não ia ser aceite.
Quando cheguei à porta do edifício (que estranhamente não é o da realidade), estava uma multidão de gente, entre elas, pessoas minhas conhecidas. O meu tio olhou para mim e disse "UAU, nunca te tinha visto assim vestida". Fiquei desgostosa foi quando fui abordada por outra senhora que me disse "A tua entrevista já passou era às 16h". Nem queria acreditar, eu tinha apontado que era apenas às 17h. Entrei de rompante no edifício, mas com medo da vergonha do atraso, não perguntei nada a ninguém, fiquei na sala de espera na esperança de ver um rosto conhecido. Eram 17h10m e nada, então decidi ligar a internet do telemóvel e procurar no site quais iam ser as formações daquele dia. Lá encontrei, às 17h entrevista com o reitor (?) e em frente o meu nome. Subi para a sala em questão eram 17h15m. Cheguei à porta cheia de vergonha pelo meu atraso e pedi desculpas, mas que me tinha enganado e tinha sido induzida em erro. Na sala, do lado direito estavam crianças, parecia uma sala da escola primária. Cá atrás havia uma espreguiçadeira, daquelas tipo de praia, em cor de laranja em que me mandaram sentar (quer dizer, deitar). Com a roupa que tinha tive alguma dificuldade, mas lá me deitei e fiquei a ouvir.
O cenário mudou e a palestra (que supostamente ia ser uma entrevista) terminou. Nesta fase, encontrava-me no guiché à procura da reserva no hotel e da chave correspondente. Tinha o quarto n.º 2 e fiquei contente quando soube quem ia ser a minha colega de quarto.
Vinha uma nova etapa, caminhar do edifício até ao quarto do hotel, aqui começou uma verdadeira aventura. Pelas ruas de Lisboa (já com calças de ganga), fui abordada por dois indivíduos encapuzados que puseram as mãos pelas calças para me roubar a carteira, eu consegui fugir e ao mesmo tempo apareceu uma amiga minha que disse para eu ir com ela, que ficava protegida. Começamos a andar por uma rua, que mais parecia um túnel e daí para a frente eram só pessoas a tentar fazer-nos mal. O bom da história é que ela tinha poderes mágicos e tudo o que tentavam fazer-nos ela depois virava o feitiço contra quem nos tinha magoado. No final do túnel, não tinha hotel nenhum (lembram-se? o meu objectivo era ir para o quarto de hotel n.º 2), mas sim uma arrecadação. Subi por umas escadas apertadas e com alguma ginástica lá consegui. Fiquei abismada quando os meus olhos se depararam com tamanha situação. Era uma arrecadação transformada em bar, com mesas e cadeiras feitas de madeira. Todos os clientes estavam a beber alguma coisa e quando entrei, todos se levantaram um a um a olhar-me maleficamente. Todas essas pessoas, eram pessoas que alguma vez na minha vida já me fizeram mal, não mal físico, mas que me criaram algum mal-estar. Lembro-me nitidamente da cara de duas pessoas que apareceram bem definidas. Em seguida, não sei bem o que aconteceu, só sei que a proprietária disse-me "Sai daqui, ainda não chegou a tua hora de estares neste local".

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