terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A minha empresa mandou-me para formação.
Quando lá cheguei, era um sítio maravilhoso, completamente paradisíaco, areia branca, água azul, tal e qual como se vê nos postais. Hotel de cinco estrelas, um verdadeiro sonho. Passámos lá apenas uma noite e nesse dia mudámos para outro local.
Fomos de autocarro e quando demos por nós estávamos à entrada da Faixa de Gaza. Disseram-nos para não ficarmos assustados que sabiam da nossa ida e os soldados iam-nos deixar passar. Ao chegarmos parece que os soldados não sabiam de nada, fizeram uma espécie de muro com as metralhadoras em punho e todas apontadas ao nosso autocarro. Nunca tive tanto medo de morrer como nesse instante. No autocarro o nosso guia dizia-nos para ficarmos calmos e não nos escondermos. Lá nos deixaram passar. Chegámos ao hotel, era um sítio deplorável. Assim que chegámos, disseram-nos que tínhamos 1h para ir almoçar e que findando esse tempo ia soar a sirene e tínhamos que estar no hotel. Pelo meu relógio faltavam ainda 5 minutos para a hora marcada, já estava a um quarteirão do hotel e soou a sirene. Nesse instante não me pude mexer mais e fui puxada por um soldado do sexo feminino, com um ar grande e má e mandou-me lá para dentro. Mandou-me sentar e despir-me. Fez aquilo com um ar rude e mau. Assim que me despi, olhou para mim e disse "Você com essa barriga deve estar grávida de uns 3 meses, o que é que faz aqui?". Olhou para mim com um ar enternecido e disse "Vou tirá-la daqui".

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